Telê Santana Silva
Foto de 1988 | ||
Informações pessoais | ||
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Nome completo | Telê Santana Silva | |
Data de nasc. | 26 de julho de 1931 (93 anos) | |
Local de nasc. | Itabirito-MG , Brasil | |
Data de morte | 21 de abril de 2006 | |
Local da morte | Belo Horizonte-MG , Brasil | |
Apelido(s) | Telê Santana | |
Informações profissionais | ||
Clube atual | aposentado | |
Último clube | Palmeiras-SP (1996) | |
Função | Treinador de futebol | |
Princ. clubes | Atlético, São Paulo e Seleção Brasileira, Fluminense e Grêmio | |
Atlético (Treinador) | ||
Jogos | 434 | |
Estreia | CAM 1 x 1 América-RJ - 11/04/1970 | |
Último jogo | CAM 0 x 1 Criciúma-SC - 09/10/1988 | |
Vitórias | 235 | |
Empates | 122 | |
Derrotas | 77 | |
Títulos | Campeonato Brasileiro de 1971 Campeonatos Mineiros de 1970 e 1988 | |
Atualizado em | 14 de abril de 2010 |
Biografia
Humildade e tranquilidade sempre foram fatores marcantes na personalidade de Telê. Mineiro de Itabirito, Telê Santana iniciou sua carreira como jogador no Botafogo do Rio de Janeiro. Começou quieto, sem fazer alardes, preocupado somente em progredir e conseguir sucesso no futebol.
Iniciou treinando na equipe juvenil, mas seu corpo franzino não entusiasmou os dirigentes e ele voltou para a cidade de São João Del Rei, em Minas Gerais, onde residia. O Fluminense foi buscá-lo e em pouco tempo se tornou um dos astros da equipe juvenil, despertando logo a atenção dos responsáveis pela equipe principal. E foi Zezé Moreira, considerado por Telê o melhor dos técnicos da época, quem o lançou para o sucesso. Mudou inclusive sua posição. Telê, de ponta-de-lança que era, passou a ser ponta-direita, com função tática importantíssima no esquema montado por Zezé. Era o cérebro, o homem que fazia a ligação entre ataque e defesa, sempre recebendo as bolas Vitor e Édson para conduzir o ataque ao contragolpe com Didi, Orlando, aproveitando o seu labor constante.
O que Zagalo fez mais tarde na Seleção Brasileira, Telê fazia muito antes e com maior eficiência, pois também era um artilheiro. E foi sua maneira característica de atuar, sua posição dentro do campo, que facilitou muito sua passagem de jogador para técnico. Ele era um observador e comandante técnico no gramado. Calado, sem falar muito, mas profundamente observador, ouvindo e executando o que os técnicos mandavam e sabendo o que estava certo e o que estava errado. Seu poder de observação era tão grande, que Tim, um dos mestres da tática no Brasill, quando já estava encerrando sua carreira no futebol, levou Telê para o Guarani de Campinas. Às críticas de que levara um veterano, Tim respondia: "Preciso de um jogador que lá dentro instrua os jogadores para que façam o que eu mandei."
Sempre em volta do Fluminense, Telê teria que começar nas Laranjeiras sua nova carreira como técnico. E foi iniciando com títulos entre os infantos e depois juvenis, que ele despertou a atenção como orientador. Seria consagrado em 69, quando, dirigindo a equipe de profissionais, conquistou o título máximo do Rio de Janeiro e a Taça Guanabara. Seu nome estava definitivamente lançado como um dos novos treinadores do futebol brasileiro.
Passando por um longo período longe dos títulos, o Atlético tentava fórmulas para reverter essa situação. A equipe era boa, os jogadores ótimos. Vários técnicos passaram pelo time. Desde os mais famosos aos de menos evidência. Qualquer tentativa era válida. Alguém achara que descobrira a fórmula: pensaram que o Atlético precisava de um disciplinador. Ordens sendo cumpridas rigidamente.
Não deu certo. Os jogadores revoltaram-se. Corriam no campo, de começo a fim, mas sem muita inspiração e sem o amor pelo trunfo. Eram máquinas acionadas por um regime forte. Um outra fórmula então seria tentada: Telê Santana.
Aposta do então presidente Nelson Campos, o mineiro tranquilo, sossegado, amigo dos jogadores, pedindo sempre, jamais dando ordens, chegou ainda no início de sua carreira e deu forma ao time que conquistou o primeiro Campeonato Mineiro do Atlético no Mineirão, em 1970.
Os métodos de trabalho foram mudados e as ordens foram revogadas. Jogadores com maior liberdade. Disciplina sem escravidão. A princípio os resultados não foram animadores e muitos aproveitaram a oportunidade para dizer que a mudança do regime seria pior ainda e que a situação não teria uma solução.
De repente o Atlético começou a crescer, virando jogos considerados perdidos. Fazendo a torcida vibrar dentro e fora do Mineirão. Era o Atlético que ressurgia.
Os jogadores corriam como nunca. Mais até do que antes. Mas corriam para atender um pedido de Telê, nunca uma ordem ou ameaça do treinador. E eles venciam o jogo com um entusiasmo nunca visto. Era o Galo que tomava conta dos estádios, sempre vibrando, sempre deslanchando um futebol empolgante. Os jogadores passaram a atuar em busca do trunfo com enorme disposição. Todos sabendo que no túnel estava um homem justo. Acima de tudo, justo. Quem estivesse melhor seria escalado. Nomes não adiantavam. Ninguém, seria escalado pela fama. Teria que provar na semana que merecia a indicação. E Telê foi armando cada vez mais o quadro. Recuperou Oldair e com ele armou a estrutura da equipe. Quando venceu o Cruzeiro, Telê já era uma figura prestigiada e querida em Belo Horizonte.
Treinador que tinha extremo cuidado com o ensaio e a repetição exaustiva de fundamentos do futebol, comandou também a equipe solidária que deu ao clube o Campeonato Brasileiro de 1971. É o técnico com maior número de jogos em Brasileirões - foram 153. Mais experiente, com duas Copas do Mundo no currículo, voltou no final da década de 1980, quando liderou a equipe que deu show no Campeonato Brasileiro/Copa União de 1987, mas acabou eliminada nas semifinais. Apelidado de "Mestre", ganhou ainda o Campeonato Mineiro de 1988. Treinador que mais dirigiu o Atlético, Telê sempre guardou com carinho suas conquistas pelo Galo. "Ganhar o primeiro Campeonato Brasileiro pelo Atlético foi uma responsabilidade muito grande. Sou grato ao Atlético pela oportunidade de fazer parte de sua história de uma forma tão especial", disse o Mestre, em entrevista publicada na revista comemorativa dos 30 anos da conquista do Brasileiro de 1971, em 2001. Telê imortalizou ainda uma carinhosa lembrança: "Aos fantásticos torcedores atleticanos, fiéis e apaixonados, deixo uma mensagem: jamais deixem de comemorar aquela conquista de 1971. Cada título tem sua história, mas aquela conquista de primeiro campeão brasileiro tem um sabor especial. Ser o primeiro é sempre ser o melhor.". Palavra de Mestre.
Telê, com toda sua mejestosa sabedoria, revelou jogadores fantásticos por onde passou, e no Atlético não seria diferente. Sua genialidade de Mestre no futebol consagrou nomes como: Aílton, Ângelo, Antenor, Danival, Getúlio, Humberto Ramos, João Leite, Lôla, Luizinho, Marcelo, Moacir, Paulo Isidoro, Reinaldo, Romeu Evangelista e Toninho Cerezo.
Homenagens
No dia 3 de setembro de 2008, a ADEMG (Administração de Estádios do Estado de Minas Gerais) inaugurou no hall do estádio Mineirão um busto em homenagem ao ex-treinador do Atlético e Seleção Brasileira. O evento contou com a presença de Ivonete Santana (viúva de Telê) e do filho Renê Santana (foto ao lado).
Ficha Técnica
Nome completo: Telê Santana Silva
Data de nascimento: 26 de julho de 1931
Natural de: Itabirito-MG
Data de falecimento: 21 de abril de 2006
Local: Belo Horizonte-MG
Carreira
Como Jogador
Fluminense-RJ - 1951/1960
Guarani-SP - 1960/1962
Vasco-RJ - 1962/1963
Como Treinador
Fluminense-RJ - 1969/1970
Atlético - 1970/1972
São Paulo-SP - 1973
Atlético - 1973/1975
Grêmio-RS - 1977/1979
Palmeiras-SP - 1980/1982¹
Seleção Brasileira - 1980/1982¹
Al-Ahly-ARA - 1983/1985
Seleção Brasileira - 1985/1986
Atlético - 1987/1988
Flamengo-RJ - 1988/1989
São Paulo-SP - 1990/1996
Palmeiras-SP - 1996²
¹ Dirigiu simultaneamente a Seleção Brasileira e o Palmeiras no período de 1980 e 1982.
² Apesar de ter sido contratado, não chegou a dirigir oficialmente o Palmeiras em 1996.
Partidas Comandadas
Ano 1971
197150 - 05/09/1971 - Atlético 2 x 1 Santos-SP - Campeonato Brasileiro
197172 - 12/12/1971 - Atlético 1 x 0 São Paulo-SP - Campeonato Brasileiro
197173 - 19/12/1971 - Botafogo-RJ 0 x 1 Atlético - Campeonato Brasileiro
Títulos
Títulos pelo Atlético (como treinador)
1970 - Campeonato Mineiro
1971 - Campeonato Brasileiro
1988 - Campeonato Mineiro
Títulos por outros clubes (como treinador)
1969 - Campeonato Carioca - Fluminense-RJ
1977 - Campeonato Gaúcho - Grêmio-RS
1983 - Campeonato Árabe - Al Ahly-ARA
1984 - Copa do Rei Árabe - Al Ahly-ARA
1985 - Copa do Golfo - Al Ahly-ARA
1991 - Campeonato Paulista - São Paulo-SP
1991 - Campeonato Brasileiro - São Paulo-SP
1992 - Campeonato Paulista - São Paulo-SP
1992 - Taça Libertadores da América - São Paulo-SP
1992 - Mundial Interclubes - São Paulo-SP
1993 - Taça Libertadores da América - São Paulo-SP
1993 - Mundial Interclubes - São Paulo-SP
1993 - Recopa Sul-Americana - São Paulo-SP
1994 - Recopa Sul-Americana - São Paulo-SP
1994 - Copa Conmebol - São Paulo-SP
Títulos por outros clubes (como jogador)
1951 - Campeonato Carioca - Fluminense-RJ
1952 - Copa Rio (Internacional) - Fluminense-RJ
1957 - / Torneio Rio-São Paulo - Fluminense-RJ
1959 - Campeonato Carioca - Fluminense-RJ
1960 - / Torneio Rio-São Paulo - Fluminense-RJ